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Sinopse

Eu sou um livro um tanto estranho. O que eu quero é que você taque fogo em mim. Assista às chamas me devorando. Veja as labaredas me transformando em fumaça. Talvez, assim, você possa ver o espelho da sua própria existência. Veja, breve vela! Eu não significo nada. Meus versos estão abertos para os seus sentidos. São só palavras, nada mais. Não digo que este tom de tragédia está tão presente aqui dentro, mas ele não deixa de percorrer o pensamento do autor destes versos. Estes versos tiveram que se alimentar de algo. Comeram esperanças e barbárie, música e gritos de ódio, carne e espírito. O espírito do tempo possibilitou-me falar do que falo aqui. Falo da natureza e do amor, da loucura e da dor, da destruição da Terra causada pela ação humana, e de algumas outras coisas. Sofri e amei enquanto escrevia. Escrevi sobre experiências concretas e outras coisas um tanto mais abstratas e, às vezes, até utópicas. Não me arrependo de nenhum verso da minha vida. O amor ao acontecimento me faz amar o vento. Uma pena estarmos fazendo do vento o nosso inimigo mortal. Mas o vento não terá nenhuma piedade de nós no final. A natureza é implacável. As sombras do futuro têm de ser iluminadas. Mas quem construirá nossa lamparina? Guerras e fome competem com a sede e com o abandono na disputa pela pior piada humana. Bilionários assistem a desgraça dos pobres, enquanto trabalhadores tentam sobreviver na correria. Naves espaciais viajam para Marte. As artes tentam traduzir os mundos. Profundos sentimentos humanos persistem em nós. A voz fala do chão. Palavras abertas abriram meu coração. O sangue jorrou sobre estas páginas. Minha insignificância diante de tudo isso é a loucura que escreveu este livro.

Palavras Abertas

  • Renato Nogueira de Freitas

    Sou uma pessoa, assim como você. Nasci em 15 de maio de 1996. Sou filho de Júlia de Sebastião e de Sebastião de Júlia. Sou irmão de Arthur e de Jorge. Sou da tranquila cidade de Iracema, localizada no interior do meu ensolarado Ceará, estado da região Nordeste deste imenso país chamado Brasil, situado na América do Sul. Sou latino-americano no planeta Terra. Sou terráqueo na Via Láctea. Sou um ser vivo no Universo.

    Hoje, com meus 26 anos de idade, sou estudante de Psicologia. Sou um cara que ganha pouca grana. Sou branco num país extremamente racista. Sou homem num país extremamente machista. Sou hétero num país extremamente homofóbico. Moro no país do Carnaval e da desigualdade social. Caminho na imaginária Linha do Equador, criando tudo o que eu puder criar. Faço denúncias e elogios ao que vejo pelo mundo. Invento assuntos para que tudo possa falar.

    Gosto de músicas, filmes e filosofias. Leio de vez em quando. Ando a pé pela cidade. Acho a lua linda de verdade. Sei que ela não brilha só pra mim. O fim da vida aguarda a minha. A linha do tempo tem bilhões de anos. Os humanos vivem a ficção que eles mesmos inventaram. Eu sou a mistura de todas as coisas que por mim passaram.

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